[O gato Sossõe, certa hora, entrava. Ele vinha sutil para o paiol, para a tulha, censeando os ratos, entrava com o jeito de que já estivesse se despedindo, sem bulir com o ar. Mas, daí, rodeando como quem não quer, o gato Sossõe principiava a se esfregar em Miguilim, depois deitava perto, se prazia de ser, com aquela ronqueirinha que era a alegria dele, e olhava, olhava, e grossava o ronco, os olhos de um verde tão menos vazio - era uma luz dentro de outra, dentro doutra, dentro outra, até não ter fim.]
Campo Geral, J. Guimarães Rosa.
Salve Guimarães! existe no mundo estilo igual?
2 comentários:
Olha, se foi só pelo prazer da exposição, você conseguiu mais. Conseguiu aumentar aquela pitadinha de inveja (da boa, daquela que surge junto com a admiração) em quem te conhece já há algum tempo, mas que começou a ver quem é o "silas" há pouco. =)
beijo.
Nunca li nada inteiro do Guimarães por sei lá que motivo! Vai entrar na minha listinha das férias!
Algo sensacional é o "amálgama" personagem-espaço que ele compõem de forma tão harmoniosa. Um verdadeiro mestre. Sensacional esse trecho!
Postar um comentário