segunda-feira, julho 17, 2006

Queixa da rainha má niilista





Afora o desespero habitual
não sei o que sinto.
Devo escolher, espelho,
meu estado de espírito?
Ai! espelho,
espelho que nem é meu,
você às vezes
não me diz nada.
Seu rosto às vezes
não me diz nada.

quinta-feira, julho 06, 2006

Queixa onírico-saudosa



Sonho.
retorno de uma odisséia e corais inteiros cantam a minha glória. Como dita a tradição, ninguém me reconhece. Somente a mãe, quando completo a rima queixosa que canta:

"...Que nunca mais voltou."

De súbito me abraça e seu peito fere meu peito com lança de afiadas saudades.
Acordo. salgado, mas não de mares épicos, antes, de lágrimas.
Afinal, toda essa épica só existe pra melhor fazer chorar.

quinta-feira, junho 15, 2006

Queixa Conclusiva




Mas era como se tivesse sepultado alguma coisa. Enfim. E aquilo que era morto, subiu da terra gritando aos olhos. Aquilo que ele era, nasceu, de novo. Duvidosos cadáveres diante de seus incertos olhos. Mas já começava a suspeitar que a vida seria sempre assim: incerta. E essas conclusões paradoxais apaziguavam sua alma inquieta e preparavam-no para o novo.

sábado, junho 10, 2006

Queixa Tensa


Entre os trastes se
passava sua vida:
às vezes ela tocava, resoluta
dó.

E se fizesse frio no canto em que ficasse
e ela se encolhesse
soava tímida
mi.

Quando tomava coragem
e de presto se afinava
era fá que tocava;

Ou seria mi sustenido?
Não sabia:
Nenhuma nota
é só uma nota.
Nenhum som é puro

ou uno.

segunda-feira, maio 29, 2006

Queixa quase desiludida

Populacho esdrúxulo e sensacionalista, tanta coisa pra reclamar e fazem piquete para xingar uma assassina. Até parece que merecem a miséria que têm. Mas digo isso porque estou com raiva.

domingo, maio 28, 2006

Queixa Crisis


E àquela pergunta tremiam-lhe os dedos qual corrente de rio inquieto.
Afinal, faria tudo parte de seu plano recôndito e auto-masoquista de menosprezar
tudo que ela era,
que ela tocava,
que ela fazia?
Calava-se com força a mente
e levava à boca
mais um cigarro.

terça-feira, maio 23, 2006

Auto Queixa anti-expeditiana

Se diz alguma coisa sobre mim:
Me demoro por demais nos preparativos:
30 para as roupas,
15 para a leitura,
5 para dizer-te alguma coisa,
outros 5 para me lembrar,
Alguns para conseguir começar esse verso.
E há no preparar-me
um regalo imenso
Ah, o preparo da cena!
A lâmpada,
a cadeira,
o travesseiro,
Um chá,
um café,
um cigarro
que seja
vou precisar de tudo
tudo
e no último segundo
se não puder recusar:
vou até a geladeira fingindo pra mim sede
e ainda depois ao banheiro,
fingindo necessidade.

terça-feira, maio 16, 2006

Queixa política


USP: A didática da auto-didática.
A política do abandono: um prato cheio para os novos revolucionários.

Queixa do lobo

Eu tenho um sono
Do tipo eterno
Que me priva de qualquer
Avanço

Um desejo de alienar-me
Blasé felino

E depois queixar-me
De mim mesmo
Eternamente.

sábado, maio 06, 2006

Queixada


Esboçando leve sorriso, ouvi dizer que a última estava mui triste.
(um daqueles dias em que não acordo nunca)

Queixa n.4

E o sábio pai lhes disse:
- Quanto ao amor meus filhos, não tenho conselhos a dar. Quando tiverem suas desilusões, talvez. Ou se quiserem eu tenho cd´s do Chico, Cazuza, Cartola...

quinta-feira, maio 04, 2006

Queixa Sex & The City

"Na cidade de São Paulo, o amor é imprevisível como você
E eu
E o céu!"


Zezé resumiu Sampa em uma pequenina estrofe

quarta-feira, maio 03, 2006

Auto-queixa n.2

Lembro-me de meu amigo narrando, preocupado que é com as coisas importantes e imperceptíveis da vida: " As pessoas que você vê nas ruas, pense bem, talvez seja a única, veja bem, a única-última vez que você as vê ". Confesso não ter dado muita importância a essa constatação de testa enrrugada e sobrancelhas piedosas. E até hoje talvez não me preocupe muito com isso -seria por demais penoso sofrer a perda de todos, todos os dias. Mas ocorre, sempre, ainda mais pelos ônibus de uma metrópole -e isso não é uma metáfora pensada- de encontrar alguém que se sente ao seu lado, que fique em pé ao seu lado, de olhos atentos a sua leitura. Alguém que você flagra te olhando - ou é flagrado olhando- pelos reflexos alternados do ônibus em movimento. O ônibus pára e por algum motivo -vergonha, receio, medo- você deixa alguém descer...

" Um sorriso que fosse não custaria nada, ""quer que eu carregue sua bolsa?"", """que horas são por favor?""", """"você sabe como faço pra descer no ponto em que eu desço todo dia?"""" "

Hoje não vi o pôr-do-sol. Não tem fotinha.

segunda-feira, maio 01, 2006

Queixa n.1


"Tá bom, eu paro. Desculpa, é que eu sou canceriano."


Já ia me esquecendo: tenho um blog, tem fim meu processo de paulistanização.