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Afora o desespero habitualnão sei o que sinto.Devo escolher, espelho,meu estado de espírito?Ai! espelho, espelho que nem é meu,você às vezes não me diz nada.Seu rosto às vezesnão me diz nada.
Sonho.retorno de uma odisséia e corais inteiros cantam a minha glória. Como dita a tradição, ninguém me reconhece. Somente a mãe, quando completo a rima queixosa que canta:"...Que nunca mais voltou."De súbito me abraça e seu peito fere meu peito com lança de afiadas saudades.Acordo. salgado, mas não de mares épicos, antes, de lágrimas. Afinal, toda essa épica só existe pra melhor fazer chorar.
Mas era como se tivesse sepultado alguma coisa. Enfim. E aquilo que era morto, subiu da terra gritando aos olhos. Aquilo que ele era, nasceu, de novo. Duvidosos cadáveres diante de seus incertos olhos. Mas já começava a suspeitar que a vida seria sempre assim: incerta. E essas conclusões paradoxais apaziguavam sua alma inquieta e preparavam-no para o novo.
Entre os trastes se passava sua vida:às vezes ela tocava, resoluta dó.E se fizesse frio no canto em que ficassee ela se encolhessesoava tímida
mi.Quando tomava coragem e de presto se afinava era fá que tocava;Ou seria mi sustenido?
Não sabia:
Nenhuma nota
é só uma nota.
Nenhum som é puroou uno.
Populacho esdrúxulo e sensacionalista, tanta coisa pra reclamar e fazem piquete para xingar uma assassina. Até parece que merecem a miséria que têm. Mas digo isso porque estou com raiva.
E àquela pergunta tremiam-lhe os dedos qual corrente de rio inquieto.Afinal, faria tudo parte de seu plano recôndito e auto-masoquista de menosprezar tudo que ela era,que ela tocava,que ela fazia?Calava-se com força a mente
e levava à boca
mais um cigarro.
Se diz alguma coisa sobre mim:Me demoro por demais nos preparativos:30 para as roupas,15 para a leitura,5 para dizer-te alguma coisa,outros 5 para me lembrar,Alguns para conseguir começar esse verso.E há no preparar-meum regalo imensoAh, o preparo da cena!A lâmpada, a cadeira, o travesseiro,Um chá, um café, um cigarroque sejavou precisar de tudo tudoe no último segundose não puder recusar:vou até a geladeira fingindo pra mim sedee ainda depois ao banheiro,fingindo necessidade.
USP: A didática da auto-didática.
A política do abandono: um prato cheio para os novos revolucionários.
Eu tenho um sonoDo tipo eternoQue me priva de qualquerAvançoUm desejo de alienar-meBlasé felinoE depois queixar-meDe mim mesmoEternamente.
Esboçando leve sorriso, ouvi dizer que a última estava mui triste. (um daqueles dias em que não acordo nunca)
E o sábio pai lhes disse: - Quanto ao amor meus filhos, não tenho conselhos a dar. Quando tiverem suas desilusões, talvez. Ou se quiserem eu tenho cd´s do Chico, Cazuza, Cartola...
"Na cidade de São Paulo, o amor é imprevisível como você E eu E o céu!" Zezé resumiu Sampa em uma pequenina estrofe
Lembro-me de meu amigo narrando, preocupado que é com as coisas importantes e imperceptíveis da vida: " As pessoas que você vê nas ruas, pense bem, talvez seja a única, veja bem, a única-última vez que você as vê ". Confesso não ter dado muita importância a essa constatação de testa enrrugada e sobrancelhas piedosas. E até hoje talvez não me preocupe muito com isso -seria por demais penoso sofrer a perda de todos, todos os dias. Mas ocorre, sempre, ainda mais pelos ônibus de uma metrópole -e isso não é uma metáfora pensada- de encontrar alguém que se sente ao seu lado, que fique em pé ao seu lado, de olhos atentos a sua leitura. Alguém que você flagra te olhando - ou é flagrado olhando- pelos reflexos alternados do ônibus em movimento. O ônibus pára e por algum motivo -vergonha, receio, medo- você deixa alguém descer...
" Um sorriso que fosse não custaria nada, ""quer que eu carregue sua bolsa?"", """que horas são por favor?""", """"você sabe como faço pra descer no ponto em que eu desço todo dia?"""" "
Hoje não vi o pôr-do-sol. Não tem fotinha.
"Tá bom, eu paro. Desculpa, é que eu sou canceriano."Já ia me esquecendo: tenho um blog, tem fim meu processo de paulistanização.